quinta-feira, 5 de julho de 2007

Psicologia

Certo dia eu estava discutindo sobre psicologia com um senhor. No alto de seus 60 anos ele dizia que de nada servia a psicologia nem os psicólogos. Que para resolver angústias internas basta tomar um porre e desabafar com um amigo. Feito isso, suas frustrações iam embora sem deixar rastro. Eu discordo completamente. Não dá para desprezar a ciência. Pessoas dedicam cinco anos de estudo para compreender a mente e o comportamento humano. O homem não é tão auto-suficiente assim.
Existem problemas que, de tão embaraçosos que são, não são contados para ninguém, nem mesmo para aquele seu amigo fiel. Creio que o psicólogo não resolva problemas, mas ele mostra os caminhos, indica as trilhas para encararmos o que nos atordoa. O psicólogo é um andarilho solitário que vaga pelo deserto sinuoso e obscuro que é o cérebro humano.
Um velho calejado que anda apoiado num cajado, e, munido de lupa de precisão, é capaz de investigar as cavernas mais profundas, as vielas mais estreitas, capaz de chafurdar o inconsciente e buscar pistas relevantes em lugares nunca dantes habitados. Nada fica para trás. Tudo é municiosamente estudado, como um restaurador de peças de arte. Ele é um ermitão da mente humana.
Acredito que a personalidade é uma casa que a pessoa constrói, sozinha, ao longo de toda sua vida. Nenhuma outra casa é construída por apenas uma pessoa, somente no cérebro isso ocorre. É devido a essa dificuldade que certas pessoas preferem construir casas de madeira e não de tijolo.
O psicólogo é uma espécie de mestre de obras que auxilia as pessoas a tocar essa obra tão penosa. Ele indica em qual cômodo está faltando chão, aonde precisa consertar o teto, quais portas devem ser abertas e quais janelas devem ser fechadas.
Tem coisas na vida que são exteriores a nós, nos pegam de surpresa e nos impedem de continuar a obra com serenidade. "Só o autoconhecimento expulsa os demônios das pessoas" (acho já li frase semelhante em algum muro da cidade). Bom, para quem acha que, pouco a pouco, está sendo dominado pela loucura ou que sua obra está preste a desmoronar. Por que não recorrer a ajuda dessa ciência tão fascinante? Conheço uns psicólogos bem baratinhos. E vocês, caros colegas calouros de blog, o que acham dessa ciência?

Lucas

5 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí meu irmão! Adorei o modo como vc descreve o inconsciente,é isso mesmo, existem coisas q a gente nem sabe que sabe, e essas coisas acabam nos incomodando de alguma forma sem sabermos exatamente o porquê. Psicólogo, como vc bem disse, não resolve os problemas para seus pacientes nem por eles, nem dá conselhos, como muito acham... isso quem faz são os amigos!
Psicólogo, escuta, percebe certas coisas, que as pessoas que estão envolvidas não conseguem preceber com clareza sem julgar seu paciente. Faz com ele pense num outro modo de lidar com alguma angústia. E, realmente, existem coisas que, de tão secretas e por vezes bizarras, a gente tem vergonha de contar pra amigo!
Amei o blog de vcs!
Um beijos Juliana

Anônimo disse...

orgulho da namorada!

Sis disse...

Olha, nunca parei para pensar sobre psicologia, mas, diante do que foi dito, faço a pergunta: já pensastes em ser psicólogo?!?! :)

Anônimo disse...

Olá pessoal!

Adorei o blog,só textos inteligentes.Quanto a psicologia,tbm nunca tinha parado p/pensar.Com este texto,a olharei com outros olhos...


Bjos p/toda equipe=****************

Anônimo disse...

O texto do Bili nos remete à reflexão e a vontade de repensar nossos conceitos sobre a Psicologia.
Após a leitura estou com vontade de expor alguns dos meus demônios a um profissional. Valeu.............