terça-feira, 31 de julho de 2007

Drops da Realidade

Boa tarde, senhoras e senhores, desculpe incomodar o silêncio da sua viagem, mas trago aqui o saboroso, o delicioso “drops da realidade”. É um produto exclusivo. Essas balas só são vendidas depois de Pans, Carnavais, Reveillons e todo tipo de ôba-ôba. Mas, antes de tudo, senhores, advirto o seguinte, essas balas são de difícil digestão, e, em pessoas mais sensíveis, elas podem provocar náuseas e vômitos. Vou oferecer uma amostra grátis a todos do ônibus.
Ao deixá-la derreter na sua língua, você se lembrará das balas perdidas e guerras entre polícia e bandidos, das gautamas e rorizes, dos presidentes pedantes do Senado que batem pé e não deixam seus cargos e dos aviões desvairados que estraçalham vidas e um país inteiro.
Vocês irão se lembrar de questões momentaneamente esquecidas ofuscadas pelo patriotismo existente na briga entre Brasil e Cuba pelo segundo lugar num quadro de medalhas. No entanto, senhores, o final da bala é o mais azedo, é ele que fará vocês se lembrarem de um presidente da República que se esquiva de vaias e se entoca dentro de seu palácio intocável.
Na minha mão essa bala sai por míseros zero centavos. É o mesmo preço da reflexão e da crítica, senhores. Bom, como ninguém se interessou pelo meu produto, vou embora. Ô piloto, pára a vida, digo o ônibus, que eu quero descer.

Lucas

Rebelde?

Sou tão reacionário, mas tão reacionário, que mesmo quando nado contra a maré, quando pareço um libertário ou algo do gênero, tenho uma justificativa absolutamente reacionária para minhas ações.
Quando se trata de beleza, por exemplo, muitos pensam que eu pretendo revolucionar o padrão estabelecido, só porque digo que não gosto de mulheres perfeitas, que algumas mulheres feias me atraem. Viram? Já me entreguei. Se eu quisesse mesmo revolucionar o padrão de beleza feminina, teria usado as sorrateiras aspas. “Feias”. Mas não é o caso. Sigo o que a tradição, o senso comum, os formadores de opinião dizem. Feio é feio e ponto. Nada de aspas.
Outro bom exemplo é a Lapa. O bairro se moderniza. Novos restaurantes abrem a cada semana, o ambiente vai se tornando mais clean, mais classe média, menos underground. Excelente, não poderia ser melhor, principalmente para quem mora lá. Três vivas para a nova Lapa.
Mas não posso deixar de dizer que eu prefiro a velha Lapa, a Lapa boêmia dos bares sujos e dos mendigos trincados, mas o que importa? É só uma questão de gosto. Do gosto torto e capenga de um poeta que gosta de ver as coisas fora de seu lugar.

Dan

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Em terra de caos aéreo quem tem grooving é Rei

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Lá no alto

Olhe para céu.Vai,sem medo,só basta fazer um movimento de noventa graus com a sua cabeça que você descobrirá um novo mundo. É estranho, na cidade grande ninguém olha para ele... a não ser por medo ultimamente, já que a cada minuto cai um avião nesse caos aereo...Mas vai por mim,tire pelo menos dez segundos do seu dia e olhe.Pode estar nublado,chuvendo ou com um imensurável azul,mas olhe. Eu me sinto bem,parece uma imensa tela a ser pintada pelos meus sonhos e pensamentos,não sei como voce vai se sentir,mas vale a pena...
Os cientistas falam que aquele lindo azul é apenas visto por nós, reles seres terrestres,porque após 16 kilometros acima da superficie,tudo se torna um imenso fundo negro imutavel,ENTAO APROVEITE!imagina só os coitadinhos dos extra-terrestres... nunca poderão admirar esse nosso azul...
E quando a noite vem, nem me fale... ah a noite... aquelas estrelinhas sacanas a brilhar incessantimente, muitas ja morreram, muitas estão nascendo,é praticamente um misto de suruba e ciclo natural acontecendo sobre nosssas cabeças.
Agora eu já entendo o mestre Tim Maia quando estava na sua onda Racional,porque eu subi,é acredite,subi sim,lá no alto! E vi sim,acredite, a verdadeira luz da humanidade! Ah coitadinhos dos extra-terrestres....

drosan

terça-feira, 24 de julho de 2007

Considerações sobre o Pan

Pode parecer bobo, piegas, ou quem sabe até demodé, mas assistindo aos Jogos Panamericanos, eu percebi, definitivamente, que o esporte me emociona. Se pudesse ficaria vendo as competições 24 horas. Logo eu, que sou fanático por futebol e só queria saber do esporte bretão. Não sei definir se o meu sentimento é puro patriotismo, já que quando acabarem os Jogos, provavelmente eu não assistirei às demais modalidades, isso, claro, até chegarem as Olimpíadas.
Sempre que o Brasil ganha uma medalha de ouro, eu fico esperando para ouvir o hino nacional. Céticos de plantão podem me taxar de ufanista, de que só estou aí para a “hora do Brasil” nos esportes e esse papinho batido... Mas eu acho o sentimento de patriotismo uma coisa legal. É a tal da satisfação narcísica, que estudei na faculdade. Quando alguém que, de certa forma, representa seu grupo, no caso, o Brasil, se dá bem, você também se sente um pouco vitorioso. Afinal, é de representações que a vida é feita.
A cena que mais me emocionou até agora foi a da primeira medalha de ouro do Brasil: Diogo Silva, do tae kwen do, chorando ao ouvir o hino nacional. O que me impressiona e até me fascina, de certa forma, é o fato de esses atletas, muitos deles considerados excluídos da sociedade, como o próprio Diogo (que era “menino de rua”) representarem com tanto orgulho esse mesmo Brasil que lhes dá as costas. Podem dizer que denota uma certa inocência, ou, quem sabe, ignorância da parte dos mesmos. Eu prefiro chamar de esperança.

Júlio

sábado, 21 de julho de 2007

Não perturbe

Às vezes me dá vontade
De escrever um poema assim
Bem desleixado
Meio malacabado
Um tanto descabido
De logo depois da praia
E antes do sono da tarde

Porque eu tenho sei lá
Essa coisa neojecacarioca
Que me dá uma preguiça colossal
De escrever algo realmente interessante
Que entre pros anais
Que adentre as coletâneas

Tente também ao cair da tarde
Sabe, quando o céu todo se alaranja
E o vento nos cochicha
Sutilezas nos ouvidos
Escrever um poema fabuloso
Um épico da prosa

Um...

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz



Dan

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Bloco dos Insignificantes

Sou poeta. Não que isso seja alguma vantagem. Ou desvantagem. Apenas sou, se não pela qualidade, pela insistência. Pois bem, sempre pensei que apenas poetas poderiam entender poetas, garis entender garis etc etc...
Mas hoje descobri uma categoria profissional, esportiva, que é da mesma linhagem, da mesma estirpe dos poetas. É como se fôssemos irmãos gêmeos. Nós e os atletas do pólo aquático.
Com quatro ingressos na mão, fui ao Parque Júlio Delamare, onde acontecem as partidas de pólo aquático feminino do Pan. Tentei vendê-los- não consegui. Tentei dá-los- não consegui. Por absoluta falta de opção, acabei entrando no Parque, onde meia dúzia de heróis assistiam às partidas e um Cauê constrangedor gritava gooool com um ânimo bem maior do que o das próprias jogadoras.
Cerca de 1% dos brasileiros lêem poesia. Deve ser próximo o percentual dos que já assistiram a uma partida de pólo aquático. Acho que os atletas do pólo devem se sentir como eu- solitários, meio ridículos, quixotescos. Somos o lado B das letras e do esporte.
Mas sou um otimista. Podemos nos unir aos golfistas, aos torcedors do América e aos moralistas e formarmos um bloco, um bloco de carnaval, um grande bloco dos insignificantes.

Dan

Ônibus

Andar de ônibus pode ser um inferno. Estava na Nossa Senhora de Copacabana quando o avistei. Um gigante amarelo, 127: Rodoviária. Fiz sinal, ele passou por mim e parou uns 5 metros à frente. Dei uma corrida singela e adentrei. Ar-condicionado? Nessa linha não tem, pelo menos economizo meu RioCard. Era um dia daqueles que o sol e o calor fazem questão de castigar quem trabalha e abençoar quem tá na praia.
Eu, malandro que sou, fui sentar nos assentos da direita, onde o sol abrasador não bate. Pena que a malandragem não é somente virtude minha, os assentos da direita estavam todos ocupados por trabalhadores como eu. Paciência. Sentei-me num lugar quentão mesmo, daqui para o centro são 20 minutos só, não morrerei até lá. Abri as janelas e em seguida liguei meu poderoso iPod, que me privará das buzinas frenéticas, dos motores histéricos e de qualquer outra aporrinhação. Abri o jornal e aproveitei a viagem.
No ponto seguinte entrou uma mulher carregando um bebê de colo. Ela sentou-se no banco em frente. Num dado momento o bebê desandou a chorar. Não sei se foi por causa do calor ou se foi de sacanagem mesmo. A cada freada do busão a criança esperneava ainda mais. Cada vez mais alto e mais alto e mais alto. O meu potente iPod já não conseguia abafar a histeria da criança. O último volume era inútil. Todos no ônibus se entreolhavam com vontade de esganar a pobre criancinha, comigo não era diferente. Teve uma hora, depois de tanto chorar, que a ela olhou para mim e abriu um sorrizinho. Por um momento achei-a tão bonitinha, me derreti por aquele gesto. Ingênuo eu, logo em seguida ela mudou a expressão e mergulhou no pranto, só que dessa vez ainda mais alto e estridente. Pronto. Logo constatei que o choro era só de sacanagem comigo e não por qualquer outro motivo.
O sol batia com força no meu rosto que já estava suado, meu corpo um tanto melado e a blusa grudada. De repente adentra no ônibus uma mulher com o mesmo peso do Tim Maia. Ela suava quinze vezes mais do que eu. Mais até que o próprio Tim em dias de show no Canecão. Com esforço descomunal conseguiu passar pela roleta. Cruzei meus dedos, cerrei os olhos e fiz pensamento positivo. “ela não sentará comigo, ela não sentará comigo”. Senti um esbarrão e quando olhei estava sentado com a mais nova integrante do Fat Family. Não que eu tenha preconceito com gordinhas, mas gordinha é eufemismo para essa mulher.
A cada balançada do ônibus ela encostava o ombro no meu. O ombro suado marcava minha camisa social. Não sei se era de propósito, mas quanto menos eu queria mais ela chegava perto. Passados alguns minutos senti o banco estremecer e um cheiro horrível invadir minhas narinas. Meu Deus, um peido? Que nojo. A banheira se levantou e saltou do ônibus levando consigo aquele cheiro de quem comeu bife de fígado no almoço. Todos no ônibus me olharam como se tivesse sido eu o autor daquele peido mortífero.
A moça com a criança, naquela hora, já tinha saltado. A gorda também. Só assim pude relaxar e curtir o restante da minha viagem em paz. A música do meu iPod estava contagiante e não me contive. Assobiei a melodia deliciosamente. Na hora do refrão senti alguém cutucando meu ombro. Olhei para trás e era um senhor da idade do Zagalo, tão velhinho, não sei como se agüenta em pé, não sei como ainda anda de ônibus. Minha vó na idade dele já tinha morrido. Ele virou-se para mim e disse: “Ô rapazinho, você está atrapalhando o silêncio da viagem, respeite as pessoas do ônibus, sem educação!”
A veia do meu pescoço saltou e fiquei vermelho de raiva, quase explodi. Por sorte consegui conter minhas emoções e então me acalmei. É, Andar de ônibus pode ser mesmo um inferno.

Lucas

terça-feira, 17 de julho de 2007

AHH O CARNAVAL

Esse clima todo de pós-Paraty, Pan e ferias me deixou com saudades... saudades do carnaval... Quero que ele chegue logo...Tantas retiscencias nao são suficientes para minha espera agonizante. Estamos em julho ainda, mas ando pelas ruas e vejo turistas,pessoas sorrindo e clamo para que ele venha,com seus monoblocos e empolga as nove, seus bumbos e tamborins,suas cabeleiras do zeze e marias sapatão... Quero as barraquinhas de batidas,as meninas perdidas,as sambadinhas desajeitadas,a embriaguez bem-vinda. AHH O CARNAVAL... Nao posso reclamar que a vida ja é uma festa, mas nao há festa igual como naqueles dias de fevereiro...Poder flanar pelas ruas do Rio antigo, pela Lapa... ah a Lapa...Eu e meus amigos picaretas temos até ideias para o do ano quem vem, quem sabe um bloco... apesar que ja somos um bloco,um bloco de pierrots maltrapilhos atras de suas fantasiosas colombinas... AHH O CARNAVAL...

drosan

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Lá pá Lapa

Sempre quis escrever um texto sobre a Lapa. Agora que temos um blog acho que chegou a oportunidade....
Não há como falar sobre esse tradicional reduto da boemia carioca sem fugir do lugar comum de que ela é a cara do Rio, é onde se dá a verdadeira democracia cultural e que, não por acaso, reflete o jeito de ser do carioca. Ali, travestis, patricinhas, mendigos e playboys convivem (convivem já é um pouco forçar a barra, freqüentam é melhor) sem qualquer distinção de cor, classe, credo ou time de futebol.
Agora que já falei em linhas gerais o que todos já comentaram sobre a Lapa, vou tentar ir mais para minha visão particular. Até pouco tempo não sabia sequer o nome de uma rua da Lapa. Um fato curioso a meu ver. Pode até ser ignorância minha, mas acho que também há outras pessoas que freqüentam o lugar regularmente e não sabem. Acho que a Lapa, justamente por não ter divisões ou as distinções citadas acima, não tem a necessidade das ruas a delimitando (salvo para os carteiros). Quando você está na Mem de Sá, na Lavradio ou na Riachuelo, você simplesmente está na Lapa. Para se localizar, é só falar que está perto do Circo ou na rua do Democráticos ou depois do Arco-Íris...
Com certeza, a Lapa, lugar que freqüento desde os 15, 16 anos, tem uma participação importante na formação da minha personalidade e da minha cultura. Qual, exatamente, eu não sei, mas posso assegurar que é algo positivo.
Se um dia eu sair do Rio, um lugar que sentirei muito falta, além das praias, claro, vai ser da Lapa, até porque acho que não há no mundo um lugar como esse.

Júlio

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Libertadores

Não acredito no Botafogo. Não acredito no PSOL.
A maré já está virando para o alvinegro. Dodô suspenso, perda de mando de campo...e por aí vai...daqui a pouco vem o São Paulo e acaba com a festa. É a triste sina do botafoguense, a crônica de uma morte anunciada. E ninguém cala essa sina.
Já o PSOL vai bem, por enquanto, cumprindo o papel que a oposição não consegue (ou não quer)cumprir. Se dependesse somente de DEM e PSDB, provavelmente os casos Renan e Roriz teriam sido solenemente abafados.
Mas é sempre bom lembrar que o PSOL é um partido pequeno, minúsculo. E não se pode depositar todas as esperanças da democracia em um partido, quanto mais em um partideco dito socialista, dito "bastião da moralidade".
Aliás, esse discurso falso moralista, pra mim, é que afundou a candidatura de Alckmin. Querer fazer alguém acreditar que o PSDB é a "casa da ética" foi um erro estratégico crucial, à medida em que a corrupção atinge todos os partidos, e em maior escala, os maiores partidos.
Se o PSOL quer realmente tornar-se um partido representativo, deve abandonar o discurso, tão usado nos anos 90 pelo PT, de "última trincheira da moralidade", e começar a pensar em um programa sério de governo, que inclua medidas e reformas que ajudem a combater a corrupção.
Melhor deixar esse papo de libertadores para o Botafogo...

Dan

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Lá vem ele. Cadarço desamarrado, calça maltrapilha, gola desgastada, cabelo ensebado, dente mal escovado. O desleixo em pessoa. Tão acomodado que nem esquentar comida no microondas ele esquenta. Se está numa escada rolante e ela enguiça, ele fica ali parado como se estivesse preso num elevador. Difícil é medir o quão não faz nada. Se toma um estabaco, nem a poeira sacode. Sonha em um dia ser alguém importante, um ator de cinema ou um executivo, mas o conforto da cadeira o impede de sair do lugar. Move-se com extrema lentidão para não cansar. Dizem uns que é por causa de drogas, outros dizem que já nasceu assim. Ele é metade zero a esquerda metade zé mané. Vez ou outra acorda para a vida, dá um pulo da cadeira e planeja mudança. Rapidamente deixa as ambições de lado e vai assistir televisão. Até leu alguns livros, mas prefere o computador. Pode ser que exista, em cada pessoa, um pouco desse ser descrito acima. Caso tenha se identificado, não sinta culpa. Você é absolutamente normal.

Lucas

Viva a palavra

A festa literária em Paraty reuniu seu quinto compêndio de autores, poetas, diretores de teatro, cineastas, jornalistas, todos bebendo em uma unica fonte: o livro.
O encontro destes cérebros privilegiados vem num momento providencial. A cada dia o mundo caótico em que vivemos, com a violência urbana que hoje impera em toda grande cidade do mundo, a corrupção apocrifante do nefasto sistema político brasileiro, não nos deixa outro caminho senão um tratamento psiquiátrico urgente, ao invés de uma CPI. Em Paraty, onde o sol invernil lambe os casarões coloniais, loucos por livro sentam-se na beira de um banquinho na Praça da Matriz e pedem companhia a vida que passa. Passam sujeitos, verbos, adjetivos, e todas as palavras-coisas de Manoel de Barros.
Apesar da ausência de muitos autores brasileiros nas palestras, o evento trouxe a realidade esquecida de Serra Leoa, embates contundentes entre inglês e americano, e a última mesa. Esta teve toda a suave intensidade que permeou a festa e o lugar. Uma conversa sobre teatro e literatura com Paulo Jose, Bortolloto e Bosco Brasil, aplaudida de pé pela platéia.
Ainda do lado de fora, pelas pedras palavras de Paraty, encontra-se um estado poético que é, essencialmente, inefável. Tornamo-nos cúmplices dessa música que alimenta a autenticidade dos defeitos, em vez do polimento do senso comum.

por joao vicente

"Os mortos de sobrecasaca"

O poema que dá origem ao nome do blog.

"Os mortos de Sobrecasaca"

Havia a um canto da sala um álbum de fotografias intoleráveis,
alto de muitos metros e velho de infinitos minutos.
em que todos se debruçavam
na alegria de zombar dos mortos de sobrecasaca.

Um verme principiou a roer as sobrecasacas indiferentes
e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos retratos.
Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava,
que rebentava daquelas páginas.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 9 de julho de 2007

OLHA O MOMENTO.... PASSOU! A FLIP PASSOU

Flip, um fliperama de emoções.
Quem sou eu, que rei sou eu? Eu e meus companheiros de topadas paratienses passamos bons momentos na cidade real. De um almoço na dona Baiana à um sarau na casa do Principe João, tudo correu como o inimaginavel, ainda bem. Em conversa ja descrita pelo amigo inestimavel Julio, meu papo com o dono da coroa foi tao bom que a unica coisa que me lembro é de nao lembrar de nada.O brinde à beira da lareira monarquica foi pouco comparado a emoção de presenciar amigos como Dudu Perere e Ivy se apresentando para um grande publico ou de ver nosso irmao Daniel divulgar seu trabalho para todo o Brasil.
Nao sei se foi a cachaça,o clima frio,os megafones eloquentes ou as estrelas presentes tanto no céu como no solo paratiense que me fizeram enxergar o mundo cultural que existe ai fora e que nao aproveitamos.Nao sei se sei,sei,sera que sei que andar na parte central das ruas de Parati é a boa para evitar topadas(obrigado pelo conselho lioju) só sei que o Joao é um nao sei, porque se alguem sabe oq ele pensa, esse alguem TEVE QUE SUBIR LA NO ALTO PARA VER, ENERGIA RACIONAL.... entao... será que sei?

drosan favarato

Parati patrimônio

No meu último texto aqui no Sobrecasaca, fiz algumas previsões sobre a viagem a Parati. Errei todas. Vejam lá: a senhora chata? Não havia. O dedão? Está intacto. Mas a previsão mais furada de todas foi a do pedinte, porque na prática, o pedinte da cidade fui eu.
Abordei praticamente todas as pessoas da cidade, com um exemplar de meu livro em mãos e um lero-lero furado. Cantei, dancei e contei a trágica história da minha vida. Consegui aporrinhar a cidade de um modo que nunca antes ela havia sido aporrinhada.
Se eu fosse prefeito de Parati, declararia guerra ao resto do Brasil, construiria uma muralha e declararia a independência local. O príncipe Orleans e Bragança poderia fazer isso, mas só quer saber de cachaça e poesia. E já que é assim, vamos continuar invadindo a praia deles todo ano.
Já ia me esquecendo da última furada que dei no texto anterior. Eu, inocente, acreditava que, ao menos, fugiria das azucrinações típicas do Rio e citei o oba-oba do Pan. Qual não foi minha surpresa, quando, hoje de manhã, vi uma multidão de paratienses correndo atrás da tal tocha do Pan. Senhoras em transe, crianças chorando, cavalos em pânico...
A humanidade quer, agora, que Parati vire seu patrimônio. Parati caminha muito bem sem a humanidade. É melhor cair fora, rapidinho.

Dan

FLIP: Impressões de viagem

O Sandro e o Príncipe. Poderia ter sido uma história da FLIPINHA, mas não foi. Sem dúvida, o momento mais emblemático da viagem à FLIP, acompanhado pelos comparsas João e Daniel, e pelo qual começo meu relato, foi o encontro do outro comparsa presente, Sandro, com o Príncipe Dom João de Orleans e Bragança, descendente da Família Real. Parente de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel, Joãozinho, como é conhecido pelos mais próximos, abriu as portas de sua casa para um recital de poesia à luz de velas, que me remeteu ao filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, em que os alunos vão declamar seus poemas em uma caverna.
Nosso amigo Sandro (lá pelas tantas) ofereceu um brinde ao anfitrião, com quem conversou por um tempo. Não sei descrever com palavras exatamente o que aquela cena representou para mim. Mas, em suma, aquele encontro que tive o privilégio de observar e que durou algo em torno de três minutos era o encontro do Sandro com a Família Real, do Sandro com a Independência do Brasil, do Sandro com a abolição da escravatura, enfim, do Sandro com a História viva de nosso país. E, com certeza, não havia ninguém melhor do que o este nosso amigo querido para tal honra.
Quanto à FLIP em si, honestamente, não achei nada demais. Pelo menos, a única palestra a que assisti, dos jornalistas americano e inglês que cobriram a Guerra do Iraque, descrevendo as cenas de terror a que presenciaram não me agradou. “As moscas rodeavam o corpo do morto” (ou algo assim) foi um dos trechos que um dos palestrantes leu sobre seu livro. O resumo da (entediante) palestra, para mim, foi o momento em que a mediadora perguntou se o Brasil, por causa da Tríplice Fronteira, poderia ser um reduto de terroristas (acredite se quiser). Mas, essa palestra, até pela falta de ingressos, foi a única que tive a oportunidade de ir. A de meu pai e Lobão, que dizem que foi muito legal, não vi porque cheguei só na sexta à noite.
Mas o clima que a FLIP proporciona à cidade é uma coisa fantástica. Pessoas fazendo apresentações de poesia, teatro e música a céu aberto (e que céu!) nas ruas de pedras de Paraty, com suas casas coloniais, é uma coisa indescritível, tem algo, sei lá, com um quê de Medieval. E como é bom poder andar a qualquer hora do dia e da noite pelas ruas de uma cidade e o único medo a sentir é o de machucar o pé nas pedras.
Bem, já que comecei o relato pelo Sandro vou terminar pela cachaça, até para deixar os dois um pouco afastados (rs)... Não é necessário fazer propriamente um relato sobre ela, mas é claro que não podia ser esquecida, afinal também foi companheira importante nossa...
Os outros detalhes da viagem, como o enriquecimento do Daniel com a venda de seus livros de poesia, o encontro do mesmo com diversas personalidades da literatura nacional, a festa de encerramento da FLIP (que, claro, não poderíamos ficar de fora), e a viagem particular do João, deixo para os outros companheiros de blog.
Bem, feito o registro...
Até a próxima FLIP!

Júlio

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Vitrola

Faz tempo que cultivo o hábito de escutar discos de vinil em casa. Todos de mpb, é claro. Minha vitrola é uma senhorinha rouca prestes a bater as botas. O tempo tem sido cruel com ela, mas mesmo assim, dribla os ácaros e poeiras e com seu braço frágil sustenta pesada agulha que rasga a superfície daqueles pratos negros. Os discos choram de dor, e, é o lamento deles que alimenta nossos ouvidos.
Peguei um disco do Cazuza. Escolhi o álbum “Só se for a 2”, de 1987. O motivo da escolha foi que, no momento, encontrava-me longe da minha namorada e decidi escutar uns rocks românticos, do tipo que só o Cazuza faz bem. As 11 faixas foram correndo, uma a uma, e, como fazia tempo que não ouvia esse disco, tinha me esquecido de seu real conteúdo.
O disco até que começa romântico, mas pouco a pouco, o lado cafajeste deste incrível compositor começa vir à tona. As músicas “Solidão, que nada” e “Completamente blue” evidenciam a falta de compromisso de Cazu com o tipo de relacionamento que estou acostumado a levar: casal que jura fidelidade, dá satisfações, almoça com a família do outro, essas coisas não tão foras do comum. Que ingênuo eu, devia ter percebido logo que, disco sobre amor do Cazuza é no mínimo controverso.
As palavras de amor eram seguidas daqueles berros doidos e daqueles “yeah”, marcas singulares dele. Então naquele momento percebi que o propósito do álbum, para mim, tinha mudado. Já não era para pensar na minha amada. Eu estava devorando o encarte com as letras e esperando as próximas faixas, desvendando a inteligência e a personalidade ímpar daquele cara. Pra mim ele é um intelectual sem querer ser. Ele cuspia seus sentimentos em forma de poesia e o resultado era, e, até hoje é, surpreendente.
Enfim chegou a penúltima faixa: “O lobo mau da Ucrânia”, nossa, para quem já vestiu a carapuça, essa é demais. Um lobo cafajestaço que pega as menininhas pra fazer mingau, literalmente. “Meus olhos são bem grandes pra te secar. Minha boca é um bueiro que vai te sugar. E a minha narigona. Te cheira bonitona … Cheguei no Brasil. Na terra azul de anil. Back, back from Chernobyl. O lobo mau de Chernobyl… yeaaahhhhh”, diz a música.
Pra mim, Cazuza é fantástico. Muitos comparam Cazuza ao Renato Russo. Os dois são bons, mas, em minha opinião, o primeiro deixa o segundo num nível abaixo. Bom, sei que alguns dos meus colegas calouros de blog, mais precisamente, Júlio e Daniel, por serem fans incondicionais de Manfredini, devam discordar de mim. É isso, sintam-se a vontade para esculhambar.

Lucas

quinta-feira, 5 de julho de 2007



As universidades americanas sempre foram fonte de inspirção para a fabricação dos mais famosos lugares comuns vistos no cinema. Até Spielberg já se aventurou a fazer um filme sobre jovens dentro de uma faculdade. Mas a ficçao é apenas uma invençao da realidade, como se pode ver nesta comemoração de término de período letivo. Os alunos e alunas da universidade de Los Angeles, na California, saem às ruas do Campus universitario a cada tres meses vestidos apenas com suas roupas íntimas. Nem uma peça é mantida, nem se for minisaia. O objetivo da festividade, segundo eles, é relaxar depois de uma dura jornada de provas. Mesmo em pleno inverno californiano - apos os exames do segundo semestre de 2005 - onde a noite pode chegar a temperaturas perto de zero, os inveterados permanecem unidos e animados. Mais do que as inveteradas.

Joao

Psicologia

Certo dia eu estava discutindo sobre psicologia com um senhor. No alto de seus 60 anos ele dizia que de nada servia a psicologia nem os psicólogos. Que para resolver angústias internas basta tomar um porre e desabafar com um amigo. Feito isso, suas frustrações iam embora sem deixar rastro. Eu discordo completamente. Não dá para desprezar a ciência. Pessoas dedicam cinco anos de estudo para compreender a mente e o comportamento humano. O homem não é tão auto-suficiente assim.
Existem problemas que, de tão embaraçosos que são, não são contados para ninguém, nem mesmo para aquele seu amigo fiel. Creio que o psicólogo não resolva problemas, mas ele mostra os caminhos, indica as trilhas para encararmos o que nos atordoa. O psicólogo é um andarilho solitário que vaga pelo deserto sinuoso e obscuro que é o cérebro humano.
Um velho calejado que anda apoiado num cajado, e, munido de lupa de precisão, é capaz de investigar as cavernas mais profundas, as vielas mais estreitas, capaz de chafurdar o inconsciente e buscar pistas relevantes em lugares nunca dantes habitados. Nada fica para trás. Tudo é municiosamente estudado, como um restaurador de peças de arte. Ele é um ermitão da mente humana.
Acredito que a personalidade é uma casa que a pessoa constrói, sozinha, ao longo de toda sua vida. Nenhuma outra casa é construída por apenas uma pessoa, somente no cérebro isso ocorre. É devido a essa dificuldade que certas pessoas preferem construir casas de madeira e não de tijolo.
O psicólogo é uma espécie de mestre de obras que auxilia as pessoas a tocar essa obra tão penosa. Ele indica em qual cômodo está faltando chão, aonde precisa consertar o teto, quais portas devem ser abertas e quais janelas devem ser fechadas.
Tem coisas na vida que são exteriores a nós, nos pegam de surpresa e nos impedem de continuar a obra com serenidade. "Só o autoconhecimento expulsa os demônios das pessoas" (acho já li frase semelhante em algum muro da cidade). Bom, para quem acha que, pouco a pouco, está sendo dominado pela loucura ou que sua obra está preste a desmoronar. Por que não recorrer a ajuda dessa ciência tão fascinante? Conheço uns psicólogos bem baratinhos. E vocês, caros colegas calouros de blog, o que acham dessa ciência?

Lucas

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O papel do PSOL

Motivo de chacota para muitos por suas idéias utópicas, o PSOL vem mostrando, ao menos, ser um reduto de decência no combalido Congresso Nacional. Foi o partido que pediu a quebra de decoro dos dois últimos parlamentares envolvidos em escândalos por lá: Renan Calheiros e Roriz.
Discordar da ideologia do partido (eu mesmo discordo) vá lá, agora não há como negar que os camaradas de Heloísa Helena, talvez pela própria inocência, vêm desempenhando papel importante no combate à corrupção. Com certeza, o fato de o PSOL não ter rabo preso, o que é difícil de encontrar no corporativismo que impera hoje em Brasília, contribui para tanto.
Na última segunda-feira, quando vinha para o trabalho, havia uma manifestação do partido, no Largo da Carioca, com Chico Alencar como porta-voz, coletando assinaturas para a cassação de Renan. Assinei. Não sei se irá adiantar nem o meu ato, nem o deles. Mas, de qualquer forma, o que pode parecer para alguns demagogia, para mim é motivo de esperança saber que há alguém fazendo alguma coisa contra o tragicômico cenário da política nacional atualmente. Ou, pelo menos, tentando.

Júlio

Jogo de palavras

Caros amigos,
Sei que o poeta da galera é o Daniel, mas me aventurei nessa poesia (um joguinho de palavras apenas, bem longe das belas poesias do nosso Dan). Frases com palavras que começam com a mesma letra. De repente alguém pode encontrar algum sentido nelas, ou não. Ai vai!

Capivaras corruptas custeiam castores
Bois boiadas bandido boa-vida
Polícia prolifera perfunctório perfil
Favela fachada financia facada
Estapafúrdios estampidos estampam estado
Aviões acomodados arrematam acidentes
Salário safado sarrafo sedentário
Hipocrisia heterogênea hoje habitada
Tempo todo todos torrando
Congresso cobiçado corrompido castiçal
Governo Galdino ganha ginecologista
Juristas julgados jantam juntos
Oportunista ocasional origina ofício
Bairro brasão batuque Brasil
Samba serrado sertão Senegal
Louvado levado leva livros
Factual fomenta ficção Fim

Lucas

terça-feira, 3 de julho de 2007

Hora de Partir

Hora de fazer as malas e partir. Estarei em Parati nos próximos dias, um paraíso litorâneo, dizem alguns, uma cidade mágica dizem outros. Eu prefiro aguardar para ver. Canja de galinha não faz mal a ninguém. Como em todo lugar minimamente habitado, suspeito que deve haver em Parati uma senhora muito chata que vai me acordar com o barulho de seus berros na rua, ao falar com o marido. Ou um pedinte daqueles que cantam, dançam e contam a trágica história de sua vida. Ou um paralelepípedo maldito que a prefeitura (provavelmente petista) esqueceu em um canto e vai inchar meu dedão e encravar minha unha.
Não estou empolgado com a viagem? Lógico que estou. É sempre grande a expectativa de conhecer novas e quem sabe inéditas formas de uma cidade aporrinhar um homem.
E para os que ficam com as velhas aporrinhações, como o oba-oba do Pan e as obras do César Maia, um abraço!

Dan
Parece que a polícia está mostrando serviço no Brasil afora. Seja no Rio, seja em Brasília, seja em qualquer outro lugar. As carceragens estão ficando cheias de errantes, foras da lei, que, ao embolsarem dinheiro público, traficarem drogas, espancarem diaristas, arrastarem menininhos, se julgam intocáveis, acima de qualquer poder. Mesmo com as ações policiais, as vacas gordas e as balas perdidas continuam a sobrevoar nossas cabeças. Confesso que, ao pegar o jornal pela manhã, pareço um robô de cara abobalhada lendo a sessão que vem sendo publicada diariamente, há mais de uma semana, pelo Globo, chamada: “Brasil, o país do crime sem castigo”. Não bastam todas as mazelas cotidianas, ainda tenho que ler mais essas? Tento, a todo custo, relaxar e gozar, mas enjoa-me ter que ler o jornal, infelizmente. Bom, pelo menos o Rio será salvo pelo Pan, segundo governantes. Já Brasília, espero que alguém de jeito, espero mesmo.

Lucas Vettorazzo

Alienados e incorruptiveis

Respeitavel publico, mais um dia de inferno no paraiso tropical. Com aguçadas lentes de contato sensorial, venho com o desprezo de um playboy classe media fudida media calabresa transportar meu delirio com o mundo atual. Um espaço como esse blog me faz pensar....quem leva a culpa, eu, vc ou eles... nao sei... so sei que nada sei e continuo como os morfoticos da barra, mas so que descontruo com letras e nao com açoes, a vida livre leve solta da babilonia em chamas.


drosan favarato

Notícia de 09 de outubro de 2007

Com nove rodadas de antecedência o Botafogo sagrou-se ontem bicampeão brasileiro ao vencer o São Paulo, no Maracanã, por 2 a 0, gols de Joílson e do artilheiro do campeonato até agora, Dodô, que entra definitivamente para a extensa galeria de ídolos do clube. Agora, o objetivo dos jogadores e da comissão técnica passa a ser o de terminar o campeonato de forma invicta.
O técnico Cuca foi um dos mais festejados pelos 64 mil botafoguenses que compareceram ontem ao Maracanã e retribuiu o apoio com a já declarada paixão pelo Alvinegro: "O sentimento que eu nutro pelo Botafogo é o mesmo que tenho pela minha mulher e meus filhos: amor".
A campanha do clube da Estrela Solitária é irretocável no Brasileiro. São 18 vitórias e 12 empates, sem nenhuma derrota sequer até o momento. O astro da companhia, Dodô, visivelmente emocionado, garantiu que encerrará a carreira no Glorioso e já pensa na Libertadores do próximo ano.
"A identificação e o carinho que eu tenho por este clube é imensurável. Se deixarem jogo aqui até os 40 anos. Mas, a curto prazo, penso em ganhar a Libertadores e o Mundial do ano que vem",
afirmou.
E ninguém cala...

Júlio
Isto aqui é uma baboseira. Este negócio de internet é uma tremenda faca de dois gumes. Pode-se imaginar um mundo de celebridades: estou eu aqui tecendo minhas fabulosas idéias acerca de qualquer babozice sendo visto por milhões de pessoas. Mas a verdade é que você pode estar sendo dilacerado intelectualmente pelas mais perversas carinhas da "Mass Media", em prol de uma sociedade do consumo onde o ter significa mais que ser. E onde vemos adolescentes cada vez mais enclausurados numa outra vida virtual, virando criminosos, marginalizados e inofensivos. Eles usam a internet para dissolverem suas individualidades em sites de relacionamento, Lan house, jogos de computador, entre outros. Passa a fazer parte da rotina de muitos desses jovens. Numa cidade como o Rio de Janeiro, onde ainda podemos ver o problema à distância, temos a praia, "farofa carioca", fazemos muito neném - com a namorada, é claro - lemos muito jornal, aliás, se quiserem escrever algo original(o que vai ser difícil) deêm uma lida nos jornais que falam do mundo ainda quente, sem busca por alguma transcendência perdida que a internet insiste em nos proporcionar.

joaov

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Já que conheço (e bem) o mancebo do último post, tomo a liberdade de escrever esta baboseira. É sempre bom ter um espaço para babosear à vontade, aliás, a atividade baboseirica sempre foi bastante útil à sociedade. Fontes fidedignas me garantem que, quando da invenção da lâmpada, Thomas Edison passava os dias a babosear solenemente em seu casebre nos alpes. Graham Bell também teria sido um notório baboseador, me garantem outras fontes, estas não tão confiáveis. Mas enfim, o fato é que, se não formos agradáveis, poderemos ser úteis. Quem sabe não brota uma idéia genial de nossas cacholas enquanto cuspimos alguns textos? Podemos salvar a humanidade do aquecimento global, sei lá. Ou não. Podemos ficar aqui, à deriva na web, náufragos da existência virtual para todo o sempre...

Dan

Introdução

Sobrecasaca. Depois de o google descartar as outras opções de nome para este blog, pensei em sobrecasaca. Não sei exatamente porque veio à cabeça esta graça para o blog. Há um poema talvez do Drummond chamado talvez de "Os mortos de Sobrecasaca". Não sei se dá para mudar o nome depois, quando achar um mais legal, mas, enfim, por enquanto está aí o Sobrecasaca. Ainda não sei também o porquê deste blog e muito menos se alguém o lerá. Mas, de qualquer forma, serve para passar o tempo aqui no trabalho, como estou fazendo agora.
Este blog (qual o sinônimo para blog?), no entanto, apesar do título e da iniciativa particular tem o objetivo de ser uma ação conjunta. Portanto, você (no singular mesmo), sinta-se à vontade para postar alguma baboseira como essa, desde que, claro, faça parte da trupe.

Júlio