terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Escrever

Quando escrevo driblo todos meus anseios. Idealizo personagem como eu gostaria de ser. Adiciono a ele tudo aquilo que me falta. Crio um herói. Faço isso geralmente à noite – quando os sonhos e demônios batem à porta da mente. Para transportá-los da fantasia para a vida no papel, trepo no muro das idéias e observo meus dedos baterem freneticamente no teclado que, por sua vez, chora sons ocos em ritmo sincopado. O resultado nem sempre é o esperado, claro. Mesmo que pretendesse, ainda não escrevi algo sensacional, admito. Algo que fizesse suspirar o coração mais gelado, que provocasse a reflexão do mais rigoroso intelectual, que enchesse meus bolsos de verdinhas.
Queria ser jornalista escritor, aquele respeitado em qualquer redação. Tipo um Veríssimo só que menos gordinho. Enquanto o caça-talentos não bate à minha porta prometendo publicações de êxito, contento-me com a vida de estagiário e calouro de blog. A frase anterior pode soar pretensiosa, mas como o sonho é gratuito pratico sessões de devaneio nas horas que o dia permite. Gostaria mesmo de escrever algo sensacional que as pessoas comentassem com seus amigos: “Ontem li uma história excelente”, e começassem a contar embalados por risos e suspiros emocionados. Gostaria de ser um puta escritor, um fera, um batuta, um pica grossa, um bamba dono de texto fluido como córrego e caudaloso feito o Rio Amazônas. Autor de um livro de 500 páginas incapaz de causar cansaço ao leitor. Queira escrever algo sensacional. Ah, mas quer saber: também não estou com essa pressa toda. Quem sabe um dia eu consigo. Por enquanto tá difícil.

Lucas

Um comentário:

Chico Trigo disse...

Lucas, foi emocionante...
caiu uma lágrima! ahahaha

Essa vida de estagiário não é mole mesmo! Vlw, kra...tá bem maneiro o texto.