terça-feira, 27 de novembro de 2007

Mistérios do mar oceano

Depois de uma temporada na Alemanha para participar do seminário "Literatura e jornalismo", estou de volta a escrever neste humilde espaço.
Para início de conversa, não tenho nada a escrever sobre o seminário. Porém, voltei com algumas idéias revolucionárias a respeito da procriação das baleias no Mediterrâneo. Contudo, espero que escrever sobre as baleias não me torne um asno. As baleias do Mediterrâneo me ensinaram muito sobre o fazer literário. Escrever não nos acrescenta nada, apenas nos esvazia. É como se cada frase maestral, que por um conjunto de fatores seja considerada Literatura, saísse de mim como o ar sai das baleias.
Não sei se vocês sabem mas as baleias respiram ar e passam a vida inteira dentro do mar. Quase como eu. O que nos difere são as nadadeiras. E o que se vê jorrando pela cabeca delas nao é água, é ar. O ar fica preso dentro delas por muito tempo, quando sofre algumas mudanças e são expulsas daquela forma tipo jato d`água não é? Bom, elas têm uma respiração consciente, diferente de nós, e escolhem quando e porque respirar. De vez em quando até exalam na sua cara de brincadira. Mas quando estão tristes permanecem lá embaixo, no fundo do oceano, por muito tempo. Não dão uma respirada sequer e nem vão a superfície. Elas ficam lá no fundo, concentrando todo aquele ar atemporal para que, enfim, por um lampejo de devaneio, suba arrediamente pelo mar que a rodeia e se liberte, soltando aquela fina gota de oxigênio que se encontra com a luz do céu e nos chega aos olhos.
Enfim, eu não quero fazer Literatura aqui, seria muita pretensão minha. Mas se queres fazer Literatura, faça o seguinte: ao invés de escrever, nade com as baleias.

Joao Vicente

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que o Seminário na Alemanha fez muito bem a você.
welcome back

Anônimo disse...

Se quiseres fazer rock, nade com os tubarões.