sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Procura-se

Hoje, na fila do banco, um senhor de meia-idade, típico fenótipo nordestino, vestido de uniforme de porteiro, comentava com uma senhora que um amigo havia passado por maus bocados na mão do MST, indo em seu fusquinha para o interior da Paraíba. A certa altura, o senhor já dizia que deveria-se "passar fogo naquela raça". Os apologistas do MST vivem brandindo armas contra a grande imprensa por esta supostamente criminalizar a priori os movimentos e cobrir parcialmente os acontecimentos. Não seria o caso também de brandir armas contra o porteiro da fila do banco? Afinal, ele é tão contrário ao movimento quanto a imprensa. Mais: se, afinal, o MST se define como a salvação para os miseráveis do campo e da cidade, por quê o pobre senhor, a exemplo de muitos outros pobres senhores, tanto odeia o movimento?Procura-se uma luta de classes. Eu, com a credibilidade de um já folclórico direitista, tenho uma forte suspeita de seu paradeiro. Ninguém vai levar a sério, já que sou um folclórico direitista, mas não custa arriscar: ela está para nós assim como Deus está para os fiéis que pagam o dízimo à Igreja Universal. Uma das características do subdesenvolvimento é essa: alguém fala em "Deus", "Justiça Social", "Igualdade", "Luta de Classes", e todos aceitam, acatam sem questionar. Estou pensando também em levantar uma bandeira politicamente correta para angariar uns trocados de uns trouxas. Salvação das baleias, dos índios, dos desdentados...qualquer coisa cola no Brasil.

Dan

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