sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Sentido?

Para escapar das incertezas que rondam minha cabeça, dou um gole na cerveja. Ando pela vida e mato mil em pensamento. Observo as máquinas que andam pelo centro, parecem gente. Vejo os meninos cheirando cola, parecem máquinas. Desvio-me dos abismos da mente para encontrar respostas. Sinto que estou reproduzindo um modelo previamente estabelecido. São poucos que rompem com os parâmetros. Devo me rebelar? Sob qual causa? Nasci na Zona Sul, nunca me faltou nada e estou cansado da mesmice. Todo mundo por aqui é igual. Por quê? Não quero ser igual, como mudar? Quanto mais caminho e penso, mais incertezas encontro. Até que dou de cara com uma vendedora de docinhos no Centro.
– A cocada é um real. – Ela me diz.
Compro uma e pergunto:
– Como pode ser feliz vendendo docinhos no Centro? – Indaguei.
– A felicidade não está no que você faz, mas sim em como você faz.
Cocei a cabeça, dei uma mordida na cocada e fui embora. Minhas dúvidas ainda não acabaram. Será que estou acomodado? Queria descobrir o sentido da vida, o sentido do trabalho, o sentido do amor, o sentido do bem e do mal, o sentido das coisas por trás das coisas. O calor do Centro me impede de pensar com clareza. Parei num bar e pedi uma Antártica, ela refrescará meus pensamentos. Um barrigudo de bigode veio me servir quando perguntei:
– Como pode ser feliz servindo Antárticas?
– O que mais posso querer meu jovem? Tenho minha mulher, meu bar e minha casa. – Respondeu-me alisando o espesso bigode e sorrindo.
Pensei que o que todos querem na vida é justamente isso.
Ter uma companhia, uma casa e um trabalho. Mas isso eu tenho. De onde vem a insatisfação? Queria poder fazer mais por mim mesmo e pelo mundo a minha volta. Não quero me sentir um insignificante. Que só faz coisas para benefício próprio. Não quero ser um mero reprodutor de técnicas. Queria ir além delas. Quando obterei as respostas para minhas questões? Como ser diferente sem se excluir do mundo? A seleção natural e o tempo são cruéis com o ser humano.
O que estarei fazendo daqui a 20 anos. Queria ser pai de família. Será que vou conseguir dar a mesma condição de vida que meus pais me deram? Em meio a todas essas dúvidas encontro uma certeza. Não quero ser só mais uma máquina que anda pelo Centro. Como não sê-la?

Lucas ou bili ou sei lá o que

5 comentários:

Anônimo disse...

que maravilha !! todos temos a mesma sensação

Unknown disse...

Drugs are bad... MKAY?

Anônimo disse...

Viver é muito desengonçado!!

Sis disse...

Lucas, melhor não pensar muito e deixar a vida rolar...busque o que te dá prazer e não um sentido para esse prazer!!!

Anônimo disse...

Tu já ajudou o mundo, deu uma camisa pro mendigo. Já fez sua parte.