quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Pelé do jazz

Senta que lá vem história.
Fui encontrar com o Gabriel antes de um show. Os dois muito empolgados, afinal era uma oportunidade única. Iríamos ver o Pelé do jazz atual tocando com sua banda.
Gabriel estacionou o carro na Cinelândia. Cada um comprou uma latinha de skol e fomos a passos largos desviado de tudo que aparecia pelo Centro.
Faltava uma esquina para o teatro do Sesc. Quando subitamente. Dei com o ombro numa carrocinha de pipoca (ou cachorro quente, ou milho, ou amendoim), aquelas de alumínio, pontiagudas, sabe? A camisa, coitada, não agüentou a facada e rasgou-se. Um puta buracão abriu nela.
Porra, a 20 metros da merda do teatro e, ainda por cima, faltando um segundo para o início do show. Fiquei atordoado, não sei se foi pela violência do esbarrão ou se foi pelos goles de cerveja a passos acelerados. Não consegui pensar direito. O Gabriel, nessas horas, tava que se mijava de tanto rir. E eu, com aquele sorriso amarelo de preoucupado tentav encontrar solução para aquela cagada. Ele dizia: "Dobra a manga até em cima que passa batido". Porra, o buraco era do tamanho de um bonde. Não dava pra disfarçar aquela cratrera. Passamos direto pela porta do teatro. Fomos perguntando pra todo mundo onde tinha uma loja preu comprar uma camisa ou um alfaite para costurar a minha, qualquer coisa que me tirasse daquela situação, afinal queriamos ver o Pelé do jazz em ação. Até que um taxista informou que a Taco era a única loja aberta aquela hora.
Tocamos para lá, erramos o caminho algumas vezes, mas conseguimos. Comprei uma camisa de 14 reais. Passei meu cartão mais que depressa. Vesti e ficou legal. No caminho de volta erramos denovo o trajeto das ruas. E eu achando que sabia andar no Centro. Ficamos os dois feito cego em tiroteio. Duas baratas tontas, girando em torno do próprio eixo. Enfim, achamos o teatro. Nenhuma fila, estranhei. Falei com todo orgulho que estava na "lista de convidados". O cara da porta olhou para a lista e em seguida levantou a vista na minha direção. O meu nome realmente estava lá. Mas ele falou que já havia passado meia hora desde o início do show. Se os convidados não chegam na hora suas cadeiras são cedidas a outras pessoas. Que sacanagem. Eu insisti, evidentemente, disse que meu trabalho dependia daquilo. Pedi pelo amor de Deus e tudo, fiz promessas de todos os tipos. O rapaz chamou a supervisora. Ela veio com cara de quem não estava inclinada a ceder. Eu e Gabriel dissemos que podiamos assistir o show em pé. Lá atrás mesmo. Sem problema, de graça até ônibus errado. Ela continuou irredutível.
Até que dizemos que era importante para nós assistirmos aquele show. "Somos da imprensa, pô", falamos. Nada adiantou. Ela pôs um fim na discussão dizendo secamente: "Se fosse tão importante assim, vocês deveriam ter chegado no horário". Que rata.
Fomos embora desolados. Passamos em frente ao cinema Odeon. Iria ter uma rodada de curtas com degustação de cachaça depois. Embarcamos para não perder a noite por completo. Os curtas eram bem 'trashs'. Uns filmes bem loucos. Bizarros, seria a definição adequada para eles. Terminada a sessão. Bebi uma cachacinha e fui embora. É não foi dessa vez, pelo menos fiz uma boa ação. Dei a minha camisa para um senhor de rua. O Pelé terá que esperar, e eu também.

o pobre do Lucas

2 comentários:

Anônimo disse...

tão pobre, mas tão pobre que ninguém comentou a postagem.

Sis disse...

Um conselho: ande com uma camisa extra na mochila!!!