quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Sempre sobra pro xerife

No último texto, o camarada Júlio fez um gracejo com a simpática figura do xerife. Nos filmes de bang-bang, nas históras do Zorro e do Tex e em toda a mitologia do velho oeste, o xerife sempre foi ridicularizado, representado como um senhor barrigudo, de bigodes fartos e um tanto idiota, que corria atrás dos heróicos bandidos com sua estrela no peito e uma pistola enferrujada. No final, sempre sobrava pro xerife. Era uma forma sutil e até inteligente de depreciar a lei, o estado, e exaltar a rebeldia romântica. Mas depois que o discurso carola da esquerda chique tomou conta do debate, com sua falta de humor e inspiração, o outrora atrapalhado xerife tornou-se o monstro, o carrasco, a máquina de punir que “não pensa no social” e só quer “prender, matar e destruir”. O que era uma crítica mordaz e descomprometida ao status quo, tornou-se “científico”, com o surgimento de inúmeras teorias que colocavam o xerife e a polícia, como meros serviçais do estado burguês. O xerife passou a ser o símbolo da “dominação burguesa”. Sua história se confunde com a história do pensamento socialista- da utopia para a “ciência”. Pois muito bem. Não tenho muito apreço pelos “xerifões” de que Júlio falou:. Wagner Montes, Denise Frossard, Àlvaro Lins, Jair Bolsonaro( não foi citado, mas é uma batata quente que sempre cai no colo da direita decente).....todos me parecem muito toscos, despreparados, corruptos, demagogos...mas a triste constatação é que não é por isso que a esquerda festiva abomina estes senhores e senhoras. Corrupto por corrupto, demagogo por demagogo, tosco por tosco, despreparado por despreparado, o Lula também é. O Mercadante também é. O Chávez também é. A diferença é que estes não curtem muito a lei, a democracia, enquanto os xerifes acima citados cometem o crime gravíssimo de....defenderem a lei e o estado democrático de direito. Ao que me parece, a esquerda odeia o Wagner Montes pelo motivo errado. Ela o odeia por aquela que seja, talvez, sua única virtude: fazer, publicamente, diariamente, a defesa da polícia, das leis e das instituições democráticas.


Dan

5 comentários:

Anônimo disse...

Não há uma pequena contradição ao dizer que eles são corruptos e defendem a lei?

Anônimo disse...

Não. A polícia é corrupta e defende o que? A lei.

Anônimo disse...

Cite, por favor, três nomes da "direita decente".

Anônimo disse...

Melhor não, para não ser injusto com os tantos e tantas que ficarão de fora.

Anônimo disse...

Acho que o Daniela acredita que o falecido Enéas, cinquenta e seis, participava da direita decente.