sexta-feira, 28 de março de 2008

Quer tc cmg?


Um fato que vem chamando a atenção essa semana é a notícia de que hospitais psiquiátricos já estão tratando pacientes viciados em (acredite se quiser) internet. Um dado estima que menos de 20% dos jovens ainda nunca tiveram relações pela rede, e o que mais impressiona é um outro fato muito mais assustador: um coreano morreu depois de ficar 36 horas na frente do computador.
O futuro está aí, ninguém nega, mas será que estamos, progressivamente, ficando à mercê das inovações tecnológicas? Os humanistas resistiriam em se conformar. Depois de tanto esforço para colocar o ser humano no centro do mundo, delegando a ele a função de ser o próprio dono de seu destino, veriam seus planos indo lixeira adentro ou sendo deletados do imaginário popular. Eu mesmo já estou em dúvida se realmente preciso do meu cérebro para alguma coisa, já que diante de mim tenho a ilimitada fonte de conhecimento: a internet. Quer dizer, sofram professores ou educadores, ou qualquer interação física, está aí o second life, ou em bom português: a segunda vida. A verdadeira salvação cristã do século XXI, porque se antes era ressureição a menina dos olhos dos pecadores, agora não precisa nem morrer para ter uma segunda chance. Que inovação!
Bom, para se ter uma idéia existem mais pessoas neste momento conversando nas redes socias da internet do que dentro de uma sala de aula. Uma constatação estarrecedora, no que se refere as expectativas brasileiras para inclusão digital como meio de integração social. Se meus filhos vierem um dia me perguntar como era na minha época, eu os mandaria tirar o tênis e andar descalço, jogar futebol no meio da rua, pegar um livro e cheirá-lo, e se tudo caminhar como vem acontecendo eu os tiraria da escola.
A internet se mostra tão aquém da realidade que pessoas se viciam nela, assim como qualquer outra droga. Para os mais despreparados, ela pode promover uma transcendência, a priori, perdida, onde as individualidades são orkultadas numa propanga mercadológica. Um dia desses falei que era pós-moderno por achar revolucionário, inovador, ou mesmo avant-guard. Seria isto um equívoco pois, aqui no Wall-Street tupiniquim, meu celular não pega, a internet é lenta, o sonho coletivo é um carro na garagem e sofrer, sofrer muito com os engarrafamentos.

Joao Vicente

Um comentário:

Anônimo disse...

o mundo acredita que vive a era da comunicação. um equívoco completo, é claro. vivemos sim numa constante interação superficial e impessoal, onde comunicação efetiva não há. estamos isolados na coletividade. salve o bipe, os recados na vizinha e o carrinho de rolimã.