sexta-feira, 20 de março de 2009

Um tour pela lógica

-Dan-


Nada melhor do que a objetividade, a argumentação clara e direta e a honestidade intelectual, qualidades do papa Bento 16, estupidamente atacado no início de seu papado por ter ingressado por exigência do regime nazista, aos 14 anos, na juventude hitlerista. As qualidades citadas ali no começo passam longe da canalha que tentou jogar o nome do papa na máquina de sujar reputações, canalha esta que tem pedigree e denominação legal: são as influentes correntes “liberais” da igreja, leia-se a Teologia da Libertação, que em sua fúria populista, não mede esforços para anular seus adversários. Em sua recente visita a África, o papa reafirmou de maneira clara o posicionamento da Igreja Católica em relação à AIDS: é contra o uso de preservativos e a favor do sexo monogâmico. A turba ensandecida, ávida por um linxamento moral, não demorou a mostrar as garras na imprensa mundial, acusando o papa de “estimular o sexo de risco” Pelo menos em uma coisa este argumento é claro: em sua desonestidade. Se a igreja é contra a camisinha, por outro lado, recomenda o sexo monogâmico e a castidade até o casamento. Seguida esta receita, não haveria AIDS no mundo. Mas os detratores da igreja ficam apenas com uma metade da receita, com aquela que lhes interessa, a da condenação da camisinha. Fica parecendo então, que a igreja estimula o sexo de risco. É um truque barato, rasteiro, que um punhadinho de lógica desmonta em meio segundo.Outro exemplo de argumento sorrateiro, este até um pouquinho mais sofisticado é do ministro Temporão, que volta e meia afirma que aborto é um problema de saúde pública. Parece muito correto o argumento, à primeira vista, mas não passa de uma enganação, de um embuste “progressista”. Problema de saúde pública é operação de catarata, que o SUS devia garantir para a população. Aborto é uma questão legal e moral. Nas entrelinhas da fala do ministro jaz a idéia de que “ninguém mais se importa de que o aborto é proibido”. Ou de que “essa lei não pegou, vamos ignorá-la”. O fato, no entanto, é que o aborto é uma questão legal ( é proibido na maioria dos casos) e moral ( a sociedade entende que o aborto é um crime). A lei pode ser alterada, é claro, de forma que amanhã ou depois, as clínicas clandestinas sejam legalizadas e a mocinha possa fazer um aborto no horário de almoço, mas algo me diz que isto está um pouco longe de acontecer, porque, vamos, vem comigo filho, segue meu raciocínio, não me lembro de ouvir algum parlamentar sugerir alteração na lei (talvez o Gabeira, enfim...) e se nossos estimados políticos não tocam no assunto é porque não rende votos e se não rende votos é porque me parece que a sociedade não aceita o aborto. Portanto, só posso concluir que o Sr Ministro Temporão, ou é um rematado ignorante, ou é, ele mesmo, uma questão de saúde pública.

3 comentários:

Júlio Trindade disse...

Daniel,
o que me conforta é que eu sei que lá no fundo você não acredita nessas coisas de verdade.

Joao Vicente disse...

o sexo nao eh unico meio de transmicao da aids portanto casamento monogamico é um argumento sorrateiro. O aborto é permitido no Brasil em caso de risco de morte, como isso pode contrariar a vida? Os principios da igreja nao tem logica, sao rigidos, fundamentalistas e fanaticos pelo simples motivo que sao baseados em mitos. a melhor forma de moral e etica é atraves do contrato social

Anônimo disse...

transmicao?