terça-feira, 28 de agosto de 2007

Intranet

Troço estranho essa Internet. Por sermos da geração que cresceu com esse advento da Modernidade não damos tanta atenção a ela. Quer dizer, atenção damos, segundo pesquisas, nós, jovens, ficamos até cinco horas por dia nela. Mas o que eu quero dizer é atenção no sentido de reflexão. Por exemplo, agora, estou divulgando um texto para milhões de pessoas. Isso, claro, em potencial. Na real, são uns quatro, cinco leitores. Mas, enfim, poderiam ser milhões. E o melhor de tudo: de graça. Há uns cinco, seis anos atrás eu desconfiava daquelas pessoas que diziam que na internet está o futuro do mundo, que a internet vai ser a salvação de todos os males, que a internet é isso, aquilo... Mas, cada vez mais eu acredito nessa profecia. O Hermano Vianna, irmão do Herbert e expert no assunto, disse, em entrevista recente, que deveria, inclusive, serem ensinadas noções de HTML e alguma outra sigla dessas nas escolas do Ensino Médio.
É claro que o processo é longo, vale lembrar que há a exclusão digital, que é conseqüência da exclusão social e tudo mais, mas como sou um otimista confesso, creio num futuro melhor e acredito que o mesmo está ligado diretamente à internet. Não sei exatamente como, mas já que de uns tempos para cá venho falando de assuntos sobre os quais desconheço...
Assim como Economia, a Internet é um espaço sobre o qual pretendo navegar melhor. Afinal, o benefício básico que ela traz é facilitar (muito, mas põe muito nisso) a Comunicação, profissão na qual eu, segundo a colação do último domingo, estou formado.

Júlio

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Sentido?

Para escapar das incertezas que rondam minha cabeça, dou um gole na cerveja. Ando pela vida e mato mil em pensamento. Observo as máquinas que andam pelo centro, parecem gente. Vejo os meninos cheirando cola, parecem máquinas. Desvio-me dos abismos da mente para encontrar respostas. Sinto que estou reproduzindo um modelo previamente estabelecido. São poucos que rompem com os parâmetros. Devo me rebelar? Sob qual causa? Nasci na Zona Sul, nunca me faltou nada e estou cansado da mesmice. Todo mundo por aqui é igual. Por quê? Não quero ser igual, como mudar? Quanto mais caminho e penso, mais incertezas encontro. Até que dou de cara com uma vendedora de docinhos no Centro.
– A cocada é um real. – Ela me diz.
Compro uma e pergunto:
– Como pode ser feliz vendendo docinhos no Centro? – Indaguei.
– A felicidade não está no que você faz, mas sim em como você faz.
Cocei a cabeça, dei uma mordida na cocada e fui embora. Minhas dúvidas ainda não acabaram. Será que estou acomodado? Queria descobrir o sentido da vida, o sentido do trabalho, o sentido do amor, o sentido do bem e do mal, o sentido das coisas por trás das coisas. O calor do Centro me impede de pensar com clareza. Parei num bar e pedi uma Antártica, ela refrescará meus pensamentos. Um barrigudo de bigode veio me servir quando perguntei:
– Como pode ser feliz servindo Antárticas?
– O que mais posso querer meu jovem? Tenho minha mulher, meu bar e minha casa. – Respondeu-me alisando o espesso bigode e sorrindo.
Pensei que o que todos querem na vida é justamente isso.
Ter uma companhia, uma casa e um trabalho. Mas isso eu tenho. De onde vem a insatisfação? Queria poder fazer mais por mim mesmo e pelo mundo a minha volta. Não quero me sentir um insignificante. Que só faz coisas para benefício próprio. Não quero ser um mero reprodutor de técnicas. Queria ir além delas. Quando obterei as respostas para minhas questões? Como ser diferente sem se excluir do mundo? A seleção natural e o tempo são cruéis com o ser humano.
O que estarei fazendo daqui a 20 anos. Queria ser pai de família. Será que vou conseguir dar a mesma condição de vida que meus pais me deram? Em meio a todas essas dúvidas encontro uma certeza. Não quero ser só mais uma máquina que anda pelo Centro. Como não sê-la?

Lucas ou bili ou sei lá o que

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Comentários econômicos de alguém sem gabarito para tanto

Já que o assunto é Economia... De uns tempos para cá, venho tentando investir na bolsa. Mas, por enquanto, deixei de lado, já que tenho outras prioridades e também acho que não é o melhor momento. Não que eu tenha grande quantia para investir e ficar rico com o rendimento na famigerada bolsa. Pelo contrário. O meu objetivo principal mesmo era me informar sobre esse assunto, ver qual é dessa tal de bolsa, que põe a estabilidade econômica do mundo em risco, para, então, quando tiver algo significativo, já estar por dentro e ganhar algum com ela. Confesso que sou leigo em Economia, passo ao largo deste caderno na seção do jornal, ao contrário do Dan, minha fonte de descarrego é Esportes mesmo... Mas, enfim, como futuro jornalista que sou e como dizem que os jornalistas têm de saber um pouco de tudo... Pelo que pude constatar a bolsa e os fundos de investimento são a boa, desde que, claro, você saiba operar. Mas caso não saiba existem corretoras e os próprios gerentes do banco podem lhe auxiliar nessa empreitada. Por exemplo, na poupança, o valor que você tem depositado gera algo em torno de 1% ao mês. Já se você investir num fundo de investimento, como o da Petrobras ou da Vale, que são os mais seguros, rende algo em torno de 5%, 6% (não é por aí, Rafinha?). Bem, toda essa introdução foi para chegar ao ponto que me motivou a escrever esse texto. Se meus cálculos acima estiverem corretos, investir na bolsa é, definitivamente, lucrativo. Mas, o que faz com que certas pessoas invistam e outras não é a informação. Informação, sem qualquer carga de preconceito, é característico das pessoas mais abastadas financeiramente, principalmente quando o assunto é Economia. Portanto, a bolsa de valores, a meu ver, é um dos grandes fatores da desigualdade social e de renda do país, quiçá, do mundo. Enquanto uns, os mais informados (não por acaso os ricos) ganham cada vez mais dinheiro com esses investimentos, as classes mais baixas vêem seu dinheiro rendendo 1% na poupança (quando conseguem algum para investir). Ou seja, a proporção entre a progressão com que o dinheiro de uma classe e outra aumenta é absolutamente...desigual. Mas, como diz o título, esses são meros...

Júlio

domingo, 19 de agosto de 2007

A Grande Depressão

Sempre que fico triste, me refugio na economia. Os números, os índices e a gritaria walstreetiana me causam um efeito quase lisérgico. Ontem, naquela depressão típica dos fins-de-tarde de sábado, peguei a seção de economia do jornal. Li, reli, "trêli"...fiquei ali, meia hora, uma hora, duas...até que me flagrei babando sobre o jornal.
A economia é a ciência humana mais interessante, mais intrigante de todas, porque é um lobo em pele de cordeiro- muitos ainda pensam que é uma ciência exata. Não é. Nunca será. Ela é feita por homens, e é tão imprevisível quanto estes. Prova disso é que os economistas estão sempre errados.
Essa nova crise das hipotecas é didática. O que causou tamanho rebuliço nas bolsas? Uma crise final do capitalismo? Um fenômeno extraordinário vindo das entranhas dos sistemas monetários inter-galácticos? Não. Apenas a simples cretinice e irresponsabilidade de meia dúzia de bancos, investidores e agências de risco, procurando o lucro fácil. Nada mais mesquinho, vil, egoísta - humano.
Depois de duas horas na seção de economia, não resisti - voltei para minha depressão. Minha Grande Depressão.


Dan

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Pelé do jazz

Senta que lá vem história.
Fui encontrar com o Gabriel antes de um show. Os dois muito empolgados, afinal era uma oportunidade única. Iríamos ver o Pelé do jazz atual tocando com sua banda.
Gabriel estacionou o carro na Cinelândia. Cada um comprou uma latinha de skol e fomos a passos largos desviado de tudo que aparecia pelo Centro.
Faltava uma esquina para o teatro do Sesc. Quando subitamente. Dei com o ombro numa carrocinha de pipoca (ou cachorro quente, ou milho, ou amendoim), aquelas de alumínio, pontiagudas, sabe? A camisa, coitada, não agüentou a facada e rasgou-se. Um puta buracão abriu nela.
Porra, a 20 metros da merda do teatro e, ainda por cima, faltando um segundo para o início do show. Fiquei atordoado, não sei se foi pela violência do esbarrão ou se foi pelos goles de cerveja a passos acelerados. Não consegui pensar direito. O Gabriel, nessas horas, tava que se mijava de tanto rir. E eu, com aquele sorriso amarelo de preoucupado tentav encontrar solução para aquela cagada. Ele dizia: "Dobra a manga até em cima que passa batido". Porra, o buraco era do tamanho de um bonde. Não dava pra disfarçar aquela cratrera. Passamos direto pela porta do teatro. Fomos perguntando pra todo mundo onde tinha uma loja preu comprar uma camisa ou um alfaite para costurar a minha, qualquer coisa que me tirasse daquela situação, afinal queriamos ver o Pelé do jazz em ação. Até que um taxista informou que a Taco era a única loja aberta aquela hora.
Tocamos para lá, erramos o caminho algumas vezes, mas conseguimos. Comprei uma camisa de 14 reais. Passei meu cartão mais que depressa. Vesti e ficou legal. No caminho de volta erramos denovo o trajeto das ruas. E eu achando que sabia andar no Centro. Ficamos os dois feito cego em tiroteio. Duas baratas tontas, girando em torno do próprio eixo. Enfim, achamos o teatro. Nenhuma fila, estranhei. Falei com todo orgulho que estava na "lista de convidados". O cara da porta olhou para a lista e em seguida levantou a vista na minha direção. O meu nome realmente estava lá. Mas ele falou que já havia passado meia hora desde o início do show. Se os convidados não chegam na hora suas cadeiras são cedidas a outras pessoas. Que sacanagem. Eu insisti, evidentemente, disse que meu trabalho dependia daquilo. Pedi pelo amor de Deus e tudo, fiz promessas de todos os tipos. O rapaz chamou a supervisora. Ela veio com cara de quem não estava inclinada a ceder. Eu e Gabriel dissemos que podiamos assistir o show em pé. Lá atrás mesmo. Sem problema, de graça até ônibus errado. Ela continuou irredutível.
Até que dizemos que era importante para nós assistirmos aquele show. "Somos da imprensa, pô", falamos. Nada adiantou. Ela pôs um fim na discussão dizendo secamente: "Se fosse tão importante assim, vocês deveriam ter chegado no horário". Que rata.
Fomos embora desolados. Passamos em frente ao cinema Odeon. Iria ter uma rodada de curtas com degustação de cachaça depois. Embarcamos para não perder a noite por completo. Os curtas eram bem 'trashs'. Uns filmes bem loucos. Bizarros, seria a definição adequada para eles. Terminada a sessão. Bebi uma cachacinha e fui embora. É não foi dessa vez, pelo menos fiz uma boa ação. Dei a minha camisa para um senhor de rua. O Pelé terá que esperar, e eu também.

o pobre do Lucas

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Arte, arte, arte....

Os movimentos dos anos 70 caducaram. Não que hippies, feministas, libertários e afins tenham sido idiotas inúteis ou que eu esteja negando sua herança. Não é isso. Devemos muito a eles? Claro. O legado deixado por essa geração é, grosso modo, positivo? É. Mas esses movimentos caducaram no sentido artístico. Não vou falar aqui nem dos excessos e hipocrisias dos movimentos moderninhos que se dizem libertários. Fica pra próxima. Quero falar do esvaziamento artístico da psicodelia, da anarquia, do "vale-tudo".
Para isso, nada melhor que a covardia do exemplo, que é a "forma com que se definem as coisas indefiníveis", segundo Fernando Pessoa. Ney Matogrosso foi o grande nome do "glitter" no Brasil, símbolo da liberdade sexual e do "crepúsculo do macho", como diria Gabeira. Isso em seu tempo era, por si só, arte. Chocar uma sociedade é sempre arte. Sade na França e Wilde na Inglaterra teriam sido, dessa forma, os pais artísticos de Ney e um José qualquer que, num grotão conservador perdido do Brasil, amanhã ou depois, vier a se vestir de plumas e paetês, será filho artístico de todos estes. Mas o que faz Ney continuar sendo respeitado e ouvido na música, na arte, fazendo ele parte de uma sociedade (urbana, moderna, industrial) que já não se choca com a extravagância glitter? Simples- a qualidade. Ney não quis ser para sempre a "bicha velha", um ser exótico, um Serguei, alvo de curiosidade e, no máximo simpatia. Evoluiu, acompanhou a mudança dos tempos e percebeu que o espírito de nosso tempo é libertário e, portanto, a liberdade já não causa impacto, não é novidade, não é arte.
Em uma sociedade permissiva, flexível, "líquida" e, por que não, medíocre como a nossa, a única subversão possível é a qualidade. Seja bom no que você faz. Assim como Romário, nosso artista maior.

Dan

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Tempo Cigano

Li recentemente o livro “Nuvem Cigana”, sobre o grupo homônimo que participou do movimento de contra-cultura dos anos 70, e reunia poetas, músicos e artistas plásticos, entre outros pensadores da época. No livro, que, na verdade, são entrevistas com os membros do grupo, eles relatam suas experiências à época, tanto na produção cultural quanto as loucuras vividas no período, que teve como símbolo máximo as “dunas do barato”.
O que eu fiquei pensando após a leitura do livro é como determinada época ou período é idiossincrático, tem características próprias. Compartilhando minha reflexão com o Daniel, a partir da leitura de um filósofo que só ele e o Dapieve devem ter lido, me disse que isso se chama “Espírito do tempo”. (É isso, Dan?)
Essas atitudes são reflexo da época em que estão inseridas. Acho que a física explicaria isso como ação e reação. No caso, por força da ditadura, que impedia as manifestações artísticas e culturais, tudo aquilo tinha, de certa forma, uma representatividade, ainda que despretensiosamente. Penso cá com meus botões: o que eles fizeram na década de 70 é, teoricamente, passível de ser feito nos dias de hoje: ficar doidão o dia inteiro, usar essa doideira de forma produtiva, no campo das artes, principalmente, não ter muita ambição financeira e todas as outras características que conhecemos das pessoas que viveram o período. Mas, hoje em dia, qual seria o sentido disso?
Outra reflexão que podemos tirar também é sobre o período em que estamos inseridos. Quais são as características do mesmo? Pressa, ambição, consumo? Para não soar clichê, não quero dar juízo de valor nem a uma época nem à outra. Acho que, assim como tudo na vida, cada qual tem suas vantagens e desvantagens. Por exemplo, acho que nossa geração é muito preocupada com trabalho e família, tem isso como um valor importante. Particularmente, vejo isso de forma positiva (senão chegar à neurose, claro). Enfim, é sempre bom estarmos refletindo sobre o nosso tempo, os hábitos, os costumes e os valores dele.
Mas, de qualquer forma, quanto mais leio sobre as décadas de 60 e 70, pode parecer estranho, mas sinto nostalgia de um tempo que não vivi. Ainda mais depois de ir na Baronneti...

Júlio

Olhares

Acordo e olho para a parede.Vejo que ela continua lá,estática,mas continua me encarando,com seu olhar pálido de cor salmão desbotado.Levanto e vou ao banheiro dar aquela boa e velha mijada matinal.Olho o vaso e ele está la também,com seu olhar profundo, sugando todas as minhas forças em direção a lugar incomum,ainda nao descoberto nem pela fisica quantica.Viro e dou de cara com o espelho.E agora?! Eu me vejo ou o espelho que me vê? Dou uma molhada na cara para acordar e sigo a vida.
Rumo ao meu trabalho,passo meu olhar sobre pessoas que passam seus olhares sobre outras pessoas que passam seus olhares sobre outras...pessoas.
Na volta, eu observo as pessoas me olhando,logo,eu as olho. O que será que elas pensam? E eu? O que diabos eu penso? Não sei...
Quando durmo, eu rezo para o papai do céu olhar por mim e pelos meus amiguinhos. Mas será que ele olha? ou nem existir ele existe para olhar? ou pior ainda, se ele realmente existe, quem olha por ele?! aahh quer saber...nao olhe,deixe pra lá.

drosan

drosan

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

"Fazer o bem sem olhar a quem"... a quem te vê

Vejam o líder dos Detonautas, Tico Santa Cruz. De uma hora para a outra ele começou a aparecer na mídia participando de protestos levantando bandeira contra a violência, contra corrupção e tudo mais que faz nosso país sangrar. Ele se transformou num legítimo formador de opinião. Será que era para vender mais discos? Ou será que ele realmente está engajado politicamente. Pelo menos está contestando alguma coisa, diferentemente da massa artística de hoje em dia. Acomodada. Não faz nada, abaixa a cabeça e suga o máximo que pode da Lei Rouanet.
Agora ele vai fazer um show no mega evento beneficente da rede Globo, o Criança Esperança. Que demagogia. Que politicagem. Ele ajuda, mas faz questão de mostrar para o Brasil que está ajudando. Que falsidade. Se essa moda pega vão estampar camisetas com a frase: “Eu já ajudei os pobres” ou “Eu sou contra a corrupção” ou até “Eu odeio a violência”. Tem milhões de pessoas que fazem a sua parte e ficam no anonimato. Mas no caso dos famosos, ajudar os pobres eleva o conceito e a imagem. Para ajudar os famintos o dinheiro tem que passar pela conta da rede Globo?
Que triste. Espero que as vendas do cd do Detonautas não aumentem por causa da caridade e sim pela música da banda. Para fazer alguma coisa pelo país, o Tico Santa Cruz podia se candidatar a político. Aí sim teria oportunidade de mudar alguma coisa. Aparecer na mídia dizendo ser contra tudo é fácil. Já fazer, é bem mais difícil.
Antigamente os artistas eram perseguidos pelo governo por fazerem oposição. É só ver na história que muitos se exilaram durante o regime militar. O caráter contestatório do meio artístico desapareceu. A vontade de algo novo também. Por isso vemos um monte de músicas iguais. Tudo muito uniforme. Será que estamos precisando de um conflito interno, nas mesmas proporções da ditadura, para que nossa música volte a brilhar como antes? Tomara que não.

Lucas

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Papel aceita tudo, computador aceita até mais, entretanto, vou me arriscar a dar um pitaco aqui neste blog que venho acompanhando há um tempo!
O Brasil vive a seguinte situação: O Estado te enraba de quatro e você ainda é obrigado a pedir desculpas porque está de costas! Opa! Creio que passei do limite do educado, mas vejamos, como ser educado com coisas que a cordialidade só tem maquiado, é um tal de vossa excelência pra cá, nobre deputado pra lá. Um verdadeiro festival de pronomes de tratamento e afins para acobertar mentes sujas e perigosas de pessoas que não merecem ser nem chamadas de pessoas!
Se alguém aqui não conhece a miséria, deveria conhecer, e na hora que se deparar com uma situação miserável pense apenas nos nobres deputados, dos impolutos senadores e de sua excelência o sr Lula, e você verá nitidamente, ali, em um quadro vivo, a situação descrita do sexo estatal ao qual somos submetidos!
A fase da pizza já passou! Hoje em dia tudo acaba com um simples “não sei de nada”, parabéns PT! em pensar que um dia olhei vocês como o símbolo da moralidade! Pelo menos hoje sei de algo: 3 coisas que você só faz uma vez na vida! Nascer, Morrer, e votar no PT.



Gilberto Cipriani é sambista.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Inspiração

De onde vem? Será que é só ficar parado, pensando, que ela vem? Ou será que é melhor caminhar na praia, sozinho, olhando o mar? Usando uma droga alucinógena, quem sabe?
Será que existe esse lance de inspiração ou foi uma coisa que puseram nas nossas cabeças? Se eu ficar aqui escrevendo as primeiras palavras que derem na telha, será que sai uma coisa legal? Ou é melhor pensar bem antes para ter uma idéia super original, daquelas que as pessoas dizem "po, esse cara teve uma sacada bacana"?
E a tal da fonte de inspiração? Será que eu tenho uma? Será que vende na Uru, ao lado da fonte de energia? Ou será que tem lá em Caxambu, perto das fontes de água gaseificada?
E o dia inspirado? Ah, esse existe! "O Kaká ontem estava em tarde inspirada"(até em períodos do dia existe inspiração). Será que se um dia eu tiver no meu "dia inspirado" e não fizer nada de produtivo, tiver doente, sei lá, o meu dia inspirado vai passar e eu não vou saber? Saco...


Júlio

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Por falar em realidade

Há 5 dias só escrevo termos técnicos, jargões acadêmicos, paralaxes teóricas e palavras tão ou mais pernósticas quanto "paralaxe" ou "pernóstico". Gostaria muito de explodir a academia, estabelecer o ensino superior no amor e criar um Fundo Nacional de Incentivo ao Pensamento Livre. Como não tenho a mínima chance, escrevo. Apenas escrevo assim, a esmo.
Escrever é a atividade mais estranha que uma pessoa pode desenvolver hoje em dia. Pra quê isso? Com as mil e uma experiências psico-áudio-visuais da modernidade, escrever virou coisa de neanderthais, primatas, visigodos, assim como ler. Você pode perguntar: qual o sentido de ler? Ler faz todo o sentido, mas a questão é: quanto menos sentido melhor. Depois do "sentir", o "sentido" se perdeu.
Isso parece profundo, sofisticado, mas não é. É apenas a constatação de que a reflexão, o exame de consciência, a busca da crítica na interioridade, que sempre resultaram em genialidades como os ensaios de Montaigne ou a literatura de Dostoiévsky se perderam. Ficamos à deriva, no fogo cruzado da cultura(?) das massas.
Então, você me pergunta, o que fazer? Só vejo uma solução, uma única saída não muito digna ou gloriosa: a amnésia. Esqueçam. Parafraseando FHC, esqueçam o que eu escrevi. Voltemos à realidade. Dura e penosa realidade.

Dan